Thursday, November 30, 2006

Passa hoje mais um ano sobre a morte de Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, poeta e escritor português.

Considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa sendo o seu valor comparado frequentemente ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX.

Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando, estudando e até pensando no idioma.

Teve uma vida discreta, em que trabalhou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias personalidades.

A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra.

A sua poesia e seu pensamento são um portento, era um verdadeiro génio, talvez o último que a história produziu.

Morre de problemas hepáticos aos 47 anos na mesma cidade onde nascera, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... ".



“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus”

Fernando Pessoa/Alberto Caeiro

Saturday, November 25, 2006

Eça

A feira do livro abriu ontem, fui lá e comprei “Uma campanha alegre” deste senhor:



José Maria Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim, 25 de Novembro de 1845 — Paris, 16 de Agosto de 1900) talvez o maior escritor realista português do século XIX.

Aos 16 anos foi para Coimbra estudar Direito, tendo aí sido amigo de Antero de Quental
Em 1871 foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.

Já li e recomendo “A cidade e as serras”

Friday, November 24, 2006

...

ontem ao arrumar o carro na garagem estava a dar um belo de 1 jazz na antena 2.

estava tão bom que deixei-me ficar dentro do carro a ouvir a música.

Wednesday, November 22, 2006

Eric Satie

Do senhor a quem dediquei o post de dia 8.

“no que à modéstia diz respeito, não temo ninguém.”

Sunday, November 19, 2006

Pico de Mafra – Mosteiros

Receita para jantar no Pico de Mafra, freguesia de Mosteiros.

Juntar oito convivas à família de casa.
Ingredientes: pão, galinha, batatas e feijão, tudo cozinhado em forno de lenha da casa (daqueles que já não se fazem hoje em dia). Uma autêntica maravilha.

Dispor à volta de mesa em local sem televisão ou qualquer outro meio de alienação.
Servir com muita amizade e gosto.
Cá diz-se por “gosto” quando fazemos algo por querer fazer, quando vem de cá de dentro das entranhas.

Deixar consumir com vagar, saborear todos os aromas e sabores.
Juntar alguma algazarra e gargalhadas em voz alta (daquelas julgadas impróprias em certos círculos sociais).

Resultado: uma autêntica viagem aos sabores tradicionais e uma boa dose de alegria.

Atenção, esta receita, só funciona quando todos os ingredientes são autênticos e trabalhados com a paciência da “slow-food”.
Não tente fazer esta receita em sua casa, se não faz ideia do que estou a falar.

Verdadeiramente difícil ver quem estava mais feliz, os que recebiam ou os que eram recebidos, pela saúde da dona Ilda.

Wednesday, November 15, 2006

Victor Hugo

Victor Hugo (26 de Fevereiro de 1802, Besançon - 22 de Maio de 1885, Paris) escritor e poeta francês, autor de “Les Misérables” e de “Notre-Dame de Paris”, entre outras.

A sua produção que se estendeu por 70 anos ininterruptos, até quase à sua morte, foi impressionante, abrigando todos os géneros conhecidos, da poesia ao ensaio cultural, da novela ao panfleto político, do romance ao teatro, nada desconheceu.

Da sua veia literária nasceu, para mim, a obra maior: os Miseráveis.
Li “Os Miseráveis” de fio a pavio, sempre com o espanto de quem contempla algo belo.
Não conheço adjectivos para elogiar “Os Miseráveis”.
É uma obra notável, um portento, simplesmente fantástica.
A sua beleza formal - literária, só é ultrapassada pelo seu conteúdo - político e social, verdadeira dissertação sobre a condição humana na sociedade “moderna”.

É de imensa importância a sua actividade política, (quando se é grande, é-se grande em tudo), onde denunciou até ao fim a segregação social, declarando durante a última reunião pública a que presidiu: "A questão social perdura. Ela é terrível, mas é simples: é a questão dos que têm e dos que não têm!".

Durante a sua carreira política fez quatro grandes discursos: sobre a defesa do litoral, sobre a condição feminina, sobre o ensino religioso e uma argumentação contra a pena de morte.

E em 1876 a propósito da abolição da pena de morte em Portugal (o primeiro país europeu a fazê-lo) Victor Hugo disse: “Está pois a pena de morte abolida nesse, nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos."

Só para ilustrar o quanto Portugal andou (marcha à ré) desde então.

De entre muitas citações famosas (condensadores de sabedoria), fica esta: "Quando uma criança aparece, os seus familiares aplaudem com alvoroço".

Monsieur

Sunday, November 12, 2006

LITTLE MISS SUNSHINE

No título em português: Uma família à beira de um ataque de nervos

Este pequeno e despretensioso filme é uma agradável surpresa.
Em tons de agri-comédia de tom peculiar, para rir e fazer pensar.
O enredo é engraçado e as situações invulgares são suficientes para sairmos bem dispostos do cinema.

No fundo é um elogio à família.
Individualmente todas as personagens estão deslocadas e só ganha sentido a sua existência no seio da família.
É na família que está a força que os torna em heróis, e é pelo sofrimento que se conhecem a si próprios e aos outros como família.
Elogiada também é a figura materna, a personagem forte é a mãe, única que não é deslocada.
O filme não acaba sem antes "criticar" a noção generalizada de beleza.

Para o bom resultado contribuem ainda as interpretações convincentes.


No fim são os membros que estão à beira de um ataque de nervos, a família é o que os salva.

Wednesday, November 08, 2006

Eric Satie

Eric Alfred Leslie Satie (Honfleur, 17 de Maio de 1886 – Paris, 1 de Julho de 1925) compositor e pianista francês.

Excêntrico e irreverente, além de compor, Satie também gostava de escrever e fazer caricaturas.
Era famoso por possuir 12 fatos idênticos cinza de veludo e fazia colecção de guarda-chuvas e cachecóis. Detestava sol e tinha a mania de comida branca: arroz, ovo, coco, peixe, nabo, queijo entre outras.

Seu único amor foi a vizinha Suzanne Valadon modelo dos pintores Renoir e Degas. O romance, durou apenas 6 meses, Satie pediu-a em casamento logo no primeiro dia, mas ela acabou casando-se com outro.

Foi o inventor da música ambiente, que ele chamava de "musique d'ameublement". Segundo ele, era uma música que fizesse parte dos ruídos naturais e os levasse em conta, sem se impor, que tomasse conta dos estranhos silêncios e que neutralizasse os ruídos da rua. Não funcionava porque as pessoas insistiam em ficar quietas prestando atenção à sua performance. Daí que tenha gritado: "Falem alguma coisa! Mexam-se! Não fiquem aí parados só escutando!". Na época pareceu uma piada.



Dele: “Se queres viver por muito tempo, tens de chegar a velho.”

Sunday, November 05, 2006

Antero de Quental

A 21 de Abril coloquei aqui pequeno texto acerca da vida deste génio.
Hoje fica aqui um pensamento dele:

"A lei suprema do espírito é caminhar sempre em busca de coisas belas, de coisas novas".

Wednesday, November 01, 2006

I Fiati Turchini

O IV Festival de Música Antiga dos Açores foi a causa de ontem à noite poder ter desfrutado dos “I Fiati Turchini”.
O sexteto composto por 2 oboé, 2 trompa natural e 2 fagote, tocaram no Convento de São Francisco, Santa Cruz, Lagoa (Açores).
Presentearam-nos com a obra completa para sexteto de sopros, de Wolfgang Amadeus Mozart.
Obra belíssima que nos transportou para a segunda metade do século XVIII.

A música é para mim a arte mais universal, mais livre e mais bela.
Mais universal; pois não necessita de tradução para que o autor transmita a sua mensagem, mesmo a um estrangeiro.
Mais livre; porque, ao usar uma “linguagem” não significante, cada ouvinte tem a sua própria interpretação do que ouve.
Mais bela; por gosto pessoal.

Bravo! I Fiati Turchini.

Bravo “Associação Musical Johann Sebastian Bach” pela produção do festival.